Estacionei meu carro e iniciei uma pequena caminhada até o outro lado da rua, onde ficava a delegacia. O sol estava batendo em meu rosto, assim me fazendo pegar meus óculos escuros que estava preso em minha blusa e colocar em meu rosto, passei pela porta do 25º distrito cumprimentando as pessoas e me dirigi até minha mesa, onde tinha um jovem policial sentado, ele aparentava ter uns 26 anos, tinha seus cabelos negros e liso, que ficava jogado em seu rosto, um pouco acima de sua sobrancelha, seus olhos eram castanhos, seu corpo era bonito, ele era forte, com ombros largos, e sua pele era morena, assim combinando com seus cabelos, o fazendo ser um homem muito bonito.
-Olá, eu sou Frederico, mas pode me chamar de Fred - ele começou a falar a medida que fui me aproximando - sou seu novo assistente. Adoro trabalhar, só falar, eu faço, você manda.
-Primeiro, você sai da minha cadeira. Agora - disse isso me controlando para não rir, a verdade é que eu adorava ver a cara de desespero de novos policiais quando eu começava a faze-los sofrer.
-Desculpe senhor, eu só...
-Você só não sabia que não podia sentar ai, obviamente é a primeira vez que você entrou em uma delegacia para trabalhar, não entende nada, mas eu vou te explicar. Você é novo na Homicídios, ou seja, você vai ficar um bom tempo me seguindo e recebendo ordens minha, logo, minha vida pode ficar em suas mãos por muitas vezes, assim como a sua vida muita das vezes irá depender de mim, ou seja, eu não trabalho com gente idiota, e nem adianta tentar me impressionar dizendo que você foi o primeiro de sua turma ou qualquer coisa do tipo, eu não estou nem ai, apenas faça o seu trabalho bem feito, e não teremos problema nenhum. Entendido? - falei em um tom áspero.
-Sim senhor.
-Sua mesa é a da frente - disse apontando para a mesa - e aliás, meu nome é Richard. Richard Grey.
Apesar de gostar muito de fazer os novatos sofrerem, a grande verdade é que tudo isso tinha um motivo, minha infância. As vezes quando eu fechava meus olhos eu consegui enxergar toda aquela cena de novo, aquele menino fraco, de 16 anos, cheio de espinhas, vendo a própria irmã ser morta em frente a seus olhos com um tiro, e sangrar em seus braços até morrer, e depois de tudo isso, nunca ter visto as pessoas que a mataram sofrerem o que realmente deveriam ter sofrido, enquanto a polícia fechava o caso dizendo ser um crime de gangues.
Quem diria que aquele menino estranho de 16 anos iria se tornar um dos melhores detetives de homicídio da cidade de New York aos seus 30 anos, e o mais inimaginável de tudo, quem diria que aquele menino feio iria crescer, e ficar bonito. Sim, eu tinha 1,70 de altura, cabelo ruivo, olhos claros, meu corpo era definido por causa da profissão e modéstia parte, eu fico muito lindo no meu uniforme.
-Senhor - disse Fred me tirando de meu devaneio - Temos um homicídio na 7th avenue esquina com a Brodway.
-Me segue - falei enquanto pegava a chave da viatura.
Enquanto dirigia para cena do crime, nada falei, muito menos Frederico, eu apenas observava seus olhares para mim como um aluno que tinha medo de seu professor, mas ao mesmo tempo tem vontade de fazer amizade com este. Não pude resistir e acabei soltando um riso, que acabou deixando ele mais incomodado do que já estava.
Encostei o carro na calçada ao chegar na cena do crime, e assim que desci já pude ver toda aquela cena de sempre, policiais para todos os lados, pessoas curiosas tentando ultrapassar a área de quarentena para poder ver tudo que estava acontecendo, e diferentemente de outras vezes, tinha uma equipe de escavadores no local.
Me aproximei da faixa amarela que proibia as outras pessoas ultrapassarem a cena do crime, levantei meu distintivo para o policial que estava vigiando o limite, assim fazendo-o liberar minha passagem e de Fred.
Ao chegar mais perto pude observar tudo que estava acontecendo, a equipe de escavadores estava tirando o corpo de uma menina do chão, preso no concreto, onde só podia ver a cabeça desta. Ela era loira, tinha seus cabelos bagunçados e podia-se observar um corte em sua garganta.
-Vítima desconhecida - Meredith, nossa legista iniciou a explicação - tem cerca de 26 a 30 anos de idade, a causa da morte foi o corte em seu pescoço, que pela espessura e profundidade foi realizada por um canivete normal, de fácil acesso. A vítima não apresenta sinais de luta e ao que tudo indica, o assassino tentou se aproveitar da obra que está ocorrendo nessa parte da cidade e pretendia soterrar ela no concreto, até que um funcionário resolveu chegar mais cedo no serviço hoje e acabou encontrando o corpo da nossa desconhecida.
-Ela não é desconhecida - disse Frederico fazendo com que eu me virasse para ele. - Elizabeth, Elizabeth Chield.
-Filha do magnata Andrew Chield? - Perguntei vendo Fred acenar com a cabeça.
-Se você realmente estiver certo disso... - Meredith tentou falar, porém foi interrompida por diversos carros pretos que começavam a cercar o local.
-FBI - eu falei.
Fiquei parado observando agentes saindo de todos os carros e expulsando as pessoas curiosas que tentavam ver o local, até que ele saiu, lá estava ele, Paul estava mais bonito do que nunca, agora ele tinha cerca de 26 anos, com seu cabelo loiro, seus olhos negros como a noite, seu corpo malhado naquele terno preto, cada vez mais próximo de mim.
-FBI- ele disse mostrando seu distintivo para mim - esse caso agora é nosso.
-Eu não vou te entregar esse caso nem fodendo, Paul. - falei
-Olha que fodendo você me entrega sim - disse ele dando um tapa na minha bunda - sentiu saudades amor?
-Nem um pouco - disse tirando a mão dele de cima de mim - aliás, esse é um simples caso de homicídio, e que eu saiba a FBI só cuida de casos federias, não é?
-O pai da nossa vítima está sendo investigado, e se por algum acaso a morte dela possa ajudar em algo na nossa investigação, nós vamos precisar dessa ajuda. Portanto, a partir de agora quem resolve isso somos nós.
-Escuta aqui Paul - falei levantando o dedo na cara dele - você mais que ninguém sabe que se alguém pode resolver esse caso mais rápido que qualquer um, esse alguém sou eu, então por favor, para de fogo e trabalha comigo, se não eu vou fazer isso sozinho com ou sem sua permissão. Estamos entendidos?
-Claro benzinho, agora me diz uma coisa - ele imediatamente apontou o dedo para Frederico - aquele ali é seu novo brinquedinho sexual?
-CALA A SUA BOCA - gritei
-Agora é cala... - ele foi interrompido por minha mão em sua boca, obrigando-o a ficar em silêncio.
Fiquei um tempo olhando ao redor até identificar de onde vinha o som, fui caminhando pelo meio das máquinas de construções que tinham no local, até que me abaixei e achei um celular.
-Parece que nossa vítima sabia que ia morrer- gritei enquanto andava em direção a eles, até que eles pudessem ver a tela do celular, onde dizia "MORTE LIGANDO"
Ótima escrita, ótima narrativa. Estou amando o clima todo. Essa mistura de mistério, policiais e fetiche está me deixando muuuito interessado! Vou acompanhar! Aguardando ansioso o próximo capítulo! :D
Uau! Faz tempo que eu não leio algo tão bom. Investigação criminal é sempre ótimo, ainda mais quando é bem desenvolvida. Tem algumas coisas que eu não escreveria kkkk,(não escrevo aqui esse tipo de história pq não é o foco do site), contudo sua história é FASCINANTE. Tenho absoluta certeza de que irá melhorar cada vez mais nos próximos contos, portanto esperarei ansioso. Votado!! ??
Interessante! Aguardando a continuação. Muito boa ideia.